O Dia em Que Túlio Descobriu a África – Um Jovem Brasileiro Visita as Civilizações de Seus Antepassados

“O DIA EM QUE TÚLIO DESCOBRIU A ÁFRICA” LEVA AOS PALCOS DO
SESC IPIRANGA E TUSP O PROJETO ARTE E CIDADANIA EM HELIÓPOLIS
Espetáculo inspirado em texto de Ralf Rickli tem direção de Egla Monteiro e Miguel Rocha
e será apresentado no Sesc Ipiranga (dias 18 e 19/09) e no TUSP (dias (24, 25, 31/10 e 01/11)

Após seis meses de trabalho voltado para formação, preparação e criação de jovens artistas cidadãos, o projeto Arte e Cidadania em Heliópolis, da Companhia de Teatro Heliópolis apresenta o espetáculo “O Dia em Que Túlio Descobriu a África – Um Jovem Brasileiro Visita as Civilizações de Seus Antepassados”, livremente inspirado no texto homônimo de Ralf Rickli. Serão duas apresentações no Teatro do SESC Ipiranga, nos dias 18 e 19 de setembro, e quatro no Teatro da Universidade de São Paulo, nos dias 24, 25 e 31 de outubro e 1.º de novembro.
A montagem se baseia ainda na própria vivência do grupo neste processo, sob a coordenação artística de Egla Monteiro e Miguel Rocha, que também assinam a direção do espetáculo. No elenco, além dos artistas convidados Maria Mello, Sílvio Paulino dos Santos e Léo Gonzaga, estão os nove jovens formados pelo projeto: Andreia Tamara, Bruno Lourenço, Christian David, Donizete Bomfim, Jéssica Alexandre, Júlia Raquel, Ligia Albarracin, Lucas Ramos e Vanda Mayule.
A encenação transita entre a dramaturgia inspiradora e a vida real destes jovens, propondo – a partir da história do personagem principal – mergulhar em suas origens e aos rumos que pretendem dar à própria existência para tornarem-se sujeitos dela. Jogos cênicos, a exploração do movimento dos corpos em deslocamento pelo espaço vazio, a busca pela poesia da vida nos momentos mais difíceis, a delicadeza, afetuosidade e simplicidade foram elementos agregados à concepção teatral.
Assim, “O Dia em Que Túlio Descobriu a África…” combina dados biográficos dos artistas cidadãos e suas demandas urgentes a comunicar, além de fatos verídicos, para relatar as aventuras, desventuras, sofrimentos e alegrias desta raça, que muitas vezes nem tem idéia de quão gloriosa é sua história –conseqüência da própria distorção de fatos sobre a auto-imagem dos afro-descendentes, especialmente os jovens. E faz um apelo para que Túlio seja um agente de conscientização do seu próprio povo, quanto a sua dignidade e relevância histórica.
Sinopse – Túlio, um jovem afro-brasileiro que trabalha como office-boy e mora numa favela, um dia vê sua atitude de vida positiva ser abalada por uma experiência de violência e preconceito praticada contra ele pela polícia. Em resposta a sua perplexidade, é levado a uma viagem no tempo e no espaço por diferentes momentos da história real da África.
Arte e Cidadania em Heliópolis
Contribuir com a formação de jovens artistas-cidadãos que vivem em área de risco e de vulnerabilidade social foi a premissa que motivou o surgimento do projeto “Arte e Cidadania em Heliópolis”. Durante seis meses, cumpriu-se o objetivo de consolidar, manter e ampliar um núcleo de pesquisa teatral com jovens da comunidade de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, por meio de encontros diários, finalizando-o com a criação de um espetáculo.
 “A Companhia Heliópolis propôs o projeto para a comunidade, com o objetivo de unir mais pessoas que tem como objetivo o teatro. Foram chamados aqueles que quisessem participar, independente de integrar a companhia ou não, desde que tivessem o interesse em se relacionar e se desenvolver neste caminho da arte”, resume o diretor Miguel Rocha, a respeito do projeto.
Uma vez selecionados, os jovens artistas se uniram aos três atores convidados para receberem as primeiras aulas. A equipe de professores reuniu Ana Portich (ética e cidadania), Jobi Espasiano (canto), Kiusam de Oliveira (dança), Maysa Lepique (expressão vocal), Paulo Fabiano (interpretação), Ralf Rickli (estudos do texto) e Silvana Abreu (expressão corporal).
Nesta fase de Formação o projeto contou, ainda, com as participações da filósofa Iná Camargo Costa, que ministrou a palestra “Para que teatro?” e do professor de História Francisco Alambert, que realizou aula inaugural sobre o tema “Formação do povo brasileiro”.
Nos meses seguintes, o projeto passou a ser direcionado para a criação do espetáculo “O Dia Em Que Túlio Descobriu a África”. Abordar artisticamente questões sociais, como pode ser um caminho de debate, reflexão e encontro de novas perspectivas para mudar esta realidade.
“Nosso teatro sonha com nada menos do que transformar o mundo. Esse é nosso comprometimento como cidadãos habitantes de um mundo onde quase tudo precisar ser reinventado, reconstruído: a vida, o teatro, as relações. O que estará no palco se relaciona diretamente com as vidas envolvidas neste projeto e com o que as afeta. Relaciona-se diretamente com as biografias desses meninos e meninas e com as reflexões e experiências que tivemos durante todo o processo vivido no projeto. É o teatro que queremos e escolhemos fazer, e que leva em conta o que somos, como somos e por que somos o que somos”, analisa Egla Monteiro, coordenadora artística.
O projeto Arte e Cidadania em Heliópolis conta com o patrocínio da Petrobras e apoio cultural do SESC São Paulo e da Secretaria de Estado da Cultura/ Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias do Governo do Estado de São Paulo.
Ficha Técnica
Texto                                      Ralf Rickli
Coordenação Artística       Egla Monteiro
Direção                       Miguel Rocha e Egla Monteiro
Artistas Convidados   Maria Mello, Silvio Paulino dos Santos e Léo Gonzaga
Artistas/Cidadãos       Andréia Tamara, Bruno Lourenço, Christian David, Donizete Bomfim, Jéssica Alexandre, Julia Raquel, Ligia Albarracin, Lucas Ramos, Vanda Mayule.
Professores                  Ana Portich, Jobi Espasiano, Kiusam de Oliveira, Maysa Lepique, Paulo Fabiano, Ralf Rickli e Silvana Abreu.
Palestrantes                 Iná Camargo Costa e Francisco Alambert.
Coreografia                Kiusam de Oliveira
Interlocução Artística         Raquel Ornellas
Iluminação                           Davi de Brito e Vânia Jaconis
Produção Executiva Dalma Régia
Criação de Vídeo               Rodrigo Gontijo
Coordenador Técnico
de Vídeo                          Theo Grahl
Assistente de Vídeo        Fernanda Vinhas
Operação de Vídeo       Paulo Fonseca
Música ao Vivo                Mingo Jacob
Fotos                                     Luzia Ferreira
Figurino
Primeira Parte                  Rodrigo Nogueira
Figurino
Segunda, Terceira
e Quarta parte                     Telumi Hellen        
Cenografia                           Telumi Hellen
Maquiagem                Marcos Kheza
Sonoplastia                          Gesiel de Oliveira
Criação Gráfica                  Fernanda Mascarenhas
Realização                           Companhia de Teatro Heliópolis e Companhia de Solistas
Companhia de Teatro Heliópolis
A companhia foi fundada em 2000 por iniciativa de Miguel Rocha, Claudelice Galvão, Dalma Régia e um grupo de adolescentes da comunidade, com o desejo de contribuir para ampliar o universo cultural de Heliópolis e melhorar a auto-estima dos moradores.
A meta é propiciar atividades culturais que possam formar cidadãos mais solidários e atuantes em relação à comunidade. Incentivar crianças e jovens para a importância da escola, do estudo e da cultura em geral, além de resgatar a imagem da periferia em seus aspectos positivos, mostrando que existem pessoas da própria comunidade trabalhando para realizar melhorias.
Dentre seus principais espetáculos estão “Os Meninos do Brasil”, “Coração de Vidro”, “Queda para o Alto” e o solo “Eu Não Quero Ver o Sol Nascer Não do Jeito que Vejo”, de Miguel Rocha, que integrou o projeto Solos do Brasil, concebido por Egla Monteiro e coordenado por Denise Stoklos.
Miguel Rocha
Ator, diretor e um dos criadores da Companhia de Teatro Heliópolis. Estudou teatro na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, na Escola de Dança Sandra Amaral e na escola Recriarte. Integrou o grupo de teatro MCTA, de São Caetano (SP), como ator e assistente de direção. Foi o criador da Cia. de Teatro Heliópolis, que estreou com “Queda Para o Alto”, sob sua direção, com grande repercussão de público.
Em 2002/2003 participou do “Projeto Solos do Brasil”, criado, produzido e administrado por Egla Monteiro, sob coordenação artística de Denise Stoklos. Teve aulas de dança com Hugo Rodas, de direção com Antônio Abujamra, de mímica com Luís Louis, de texto corporal com Eduardo Coutinho, de filosofia e estética com Luiz Fuganti, de canto com Caio Ferraz, teatro dinâmico e máscara neutra com Ricardo Napoleão. Deste projeto resultou o espetáculo-solo “Eu quero ver o sol nascer, mas não do jeito que vejo”, escrito e dirigido pelo próprio ator. Integrou o projeto do SESC Ipiranga “Corpo e imagem”, sob coordenação da coreógrafa Ivani Santana, e dirigiu o espetáculo infantil “Coração de Vidro”. Em 2004 participou do curso de produção de Carla Pollastrelli, organizado pela Fondazione Pontedera Teatro.
Egla Monteiro
Atriz, diretora, pesquisadora de solo de teatro, criadora de projetos artístico-culturais, pensadora de cultura. Uma das fundadoras da “Companhia de Solistas”, já premiada em “Sob Neblina”, em que foi assistente de direção e criadora da luz, contemplada pelo PAC de Dança/2006, da Secretaria Estadual da Cultura. Trabalhou por 13 anos no SESC São Paulo, como coordenadora de programação das unidades Pompéia e Ipiranga.
Entre os inúmeros projetos em que participou no SESC, destacam-se: “Balaio Brasil”, a série “Solos de Teatro”; “Sexo, Drogas e Rock ‘n’ Roll, Elis, Essa Mulher”; “Videobrasil”, Festival Internacional de Artes Cênicas, Festival Internacional de Teatro de Animação, Festival Internacional de Teatro de Rua, Temporada SESC Outono 97 e SESC 50 Anos.

Entre os principais projetos que criou, elaborou, captou e implementou destacam-se: “Solos do Brasil”, “Turnê Água Riqueza do Brasil”, “Circulação Calendário da Pedra”, “Louise Borgeois: Faço, Desfaço, Refaço”, “Festival Denise Stoklos”, “Olhos Recém-Nascidos” e “Denise Stoklos Performance”. A convite de Tiche Vianna e junto com ela, coordenou projeto de pesquisa com atores do TUSP/USP no segundo semestre de 2007. Mantém parceria e interlocução artística permanente com a Companhia De Teatro Heliópolis, desde “Herzer – A Queda Para o Alto”, de 2000, além de assinar a coordenação artística do espetáculo “Meninos Do Brasil” e “Arte e cidadania em Heliópolis”.
Serviço
“O Dia em Que Túlio Descobriu a África –
Um Jovem Brasileiro Visita as Civilizações de Seus Antepassados”
PROJETO ARTE E CIDADANIA EM HELIÓPOLIS – COMPANHIA HELIÓPOLIS DE TEATRO
Datas:                           Sexta-feira, 18 de setembro, às 21h.
                                      Sábado, 19 de setembro, às 20h
Preços:               Grátis. Retirar o ingresso com uma hora de antecedência
Local:                           SESC Ipiranga
Endereço:          Rua Bom pastor, 822 – Ipiranga – São Paulo (SP)
Telefone:            11 3340-2000.
Capacidade:    200 lugares
Acesso para portadores de deficiência. Ar condicionado
Datas:                           Sábado, 24 de outubro, às 19h.
                                      Domingo, 25 de outubro, às 18h.
                                      Sábado, 31 de outubro, às 19h.
                                      Domingo, 01 de novembro, às 18h.
Preços:               R$10 e R$5.
Local:                           TUSP
Endereço:          Rua Maria Antônia, 294 (Consolação) – São Paulo (SP)
Telefone:            11 3255-7182 – Ramais 41 e 42.
Capacidade:    130 lugares
Gênero:              Drama
Classif. Etária:     Indicado para maiores de 12 anos
Blog official:                http://projetoarteecidadaniaemhelipolis.blogspot.com/

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