Edições Sesc lançam São Paulo na Disputa pelo Passado: o Monumento à Independência de Ettore Ximenes

Obra analisa como o Monumento à Independência se transformou em um “lugar de memória” da emancipação política brasileira
Evento de lançamento está marcado para o dia 12 de setembro, terça-feira, às 20h, na área de convivência do Sesc Ipiranga

As Edições Sesc, com o apoio cultural da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin – BBM/USP, lançam o livro São Paulo na Disputa pelo Passado: o Monumento à Independência de Ettore Ximenes. O evento de lançamento está marcado para o dia 12 de setembro, terça-feira, às 20h, no espaço de convivência do Sesc Ipiranga com um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com a autora, Michelli Scapol Monteiro e o historiador Paulo Garcez.

A obra analisa como o Monumento à Independência se tornou “lugar de memória” da emancipação política brasileira. Criado no contexto das comemorações do centenário da Independência, o monumento tornou-se fundamental para os festejos paulistas em torno da efeméride e revelou-se como projeto de afirmação da cidade de São Paulo como centro simbólico do país, num embate aberto com o Rio de Janeiro, à época capital da República, na construção de uma história oficial brasileira. A autora reconstitui as primeiras intenções de edificação de um monumento no bairro do Ipiranga, ocorridas no período imperial brasileiro, até a inauguração da obra do escultor Ettore Ximenes, em 1923.

Cecília Helena L. de Salles Oliveira, historiadora e professora titular do Museu Paulista (USP), destaca que Monteiro propõe reflexões originais sobre o Monumento à Independência, erguido nas proximidades do Museu Paulista, para celebrar o Centenário, em 1922. Além disso, questionaos processos de atualização da memória da Independência e os embates em torno do lugar que políticos paulistas pretendiam ocupar no panorama histórico da nação, debate que ainda hoje repercute e mobiliza: “A autora vai tecendo argumentos, de modo elegante e cativante, que registram os percalços, os desígnios e as tramas nacionais e internacionais que envolveram a concretização de um dos marcos da cidade de São Paulo. Recupera, igualmente, os vínculos indissolúveis entre as obras do Monumento e as frustrações geradas pela inauguração apenas em 1923, o que sombreou o sucesso mais imediato de seus idealizadores. Ler sobre esse patrimônio que para nós se tornou tão familiar é compreender percursos da memória e da construção identitária nacional e paulista, avivando indagações sobre o passado reconstituído e o futuro projetado em museus e monumentos urbanos”.

Gabriela Pellegrino Soares, professora livre-docente do Departamento de História (USP), aponta que os estudos realizados pela autora apresentam as motivações que levaram à apresentação e à realização desse projeto, pelo prisma dos interesses da cidade de São Paulo em marcar sua importância no cenário nacional, em oposição ao Rio de Janeiro: “O gesto fundador de D. Pedro em 1822 constituía um território simbólico extraordinário, a ser explorado por uma cidade que, cem anos mais tarde, crescia e se industrializava, ao mesmo tempo que as elites cafeeiras davam provas de seu refinamento, cosmopolitismo e origens “bandeirantes”. Dos repertórios mobilizados pelo projeto vencedor, do artista italiano Ettore Ximenes (1855-1926), às apropriações que dele se fizeram após a inauguração do monumento em 1923, a pesquisa recupera a centralidade das disputas simbólicas que preenchem de sentidos o tempo presente”.

Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, reforça a importância da obra na releitura do passado: “O livro investiga as contingências e articulações políticas, artísticas e históricas que participaram da construção de um dos lugares de memória de maior relevo para o país. A pesquisa evidencia que o passado está permanentemente sujeito a ser significado e ressignificado, num processo repleto de intencionalidade.”. 

SOBRE A AUTORA

Michelli Cristine Scapol Monteiro é curadora-adjunta e pesquisadora de pós-doutorado no Museu do Ipiranga da USP, financiada pela Fapesp. Bacharel (2009) e licenciada (2010) em História pela FFLCH-USP, mestre (2012) e doutora (2017) em História e Fundamentos da Arquitetura pela FAU-USP. Realizou dois estágios de pesquisa na Itália (2015 e 2020), na Università degli Studi Roma Tre, financiados pela Fapesp. Desenvolve pesquisa sobre representações visuais e construção de imaginários simbólicos, com ênfase em pintura histórica e monumentos públicos. Atua principalmente nos seguintes temas: museus, história cultural, história urbana, história da arquitetura no Brasil e patrimônio cultural.

Ficha Técnica:

São Paulo na Disputa pelo Passado: o Monumento à Independência de Ettore Ximenes

Autora: Michelli Cristine Scapol Monteiro

Edições Sesc São Paulo, 2023, 404 páginas

Apoio cultural: Publicações BBM

ISBN Edições Sesc: 978-85-9493-236-5

Preço de capa: 72,00

Os títulos das Edições Sesc São Paulo podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc São Paulo, nas principais livrarias, em aplicativos como Apple Store e Google Play, e pelo portal http://www.sescsp.org.br/loja

SERVIÇO

Lançamento do livro São Paulo na disputa pelo passado

Bate-papo seguido de sessão de autógrafos com Michelli Monteiro e Paulo Garcez

Data: 12 de setembro, terça-feira, às 20h

Local: Sesc Ipiranga – área de convivência (Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga)

Grátis