A partir de março Sesc Ipiranga abordará diferentes aspectos do cenário da moda, com exposição, instalações e performances


Os estilistas Fause Haten, Fernanda Yamamoto e Karlla Girotto estarão no projeto #ForadaModa – Uma exposição em construção, que também contemplará ações formativas com cursos e oficinas
  
Hibridismo entre moda e arte; resgate de técnicas de costura e valorização do fazer manual; debate sobre a indústria da moda: estas são as três referências temáticas norteadoras da programação #ForadaModa – Uma exposição em construção, que tem início no dia 6 de março no Sesc Ipiranga e estende-se até outubro, com exposição, instalações, performances, cursos e oficinas.
#ForadaModa foi idealizado pelo Sesc Ipiranga a partir da instalação A Fábrica do Dr. F, do artista multifacetado Fause Haten, também co-curador do projeto. Neste espaço, onde apresentou A Feia Lulu, sua primeira performance, Haten demonstrou a íntima relação existente entre a construção de uma obra de arte e uma roupa.
Isto suscitou um olhar às formas iniciais da produção têxtil, através do fazer artesanal e da valorização das tradições que formam o sentido original da ‘moda’. O vestir, compreendido como manifestação artística e cultural, a efemeridade das criações e o estímulo ao consumo desenfreado passaram a ser objetos de análise e discussões. Surgiu, então, uma programação ampla e multidisciplinar, permeada por três vieses: o artístico, o político e o socioeducativo.
Por se tratar de uma exposição em construção, as ações formativas tem início em março, mas a noite festiva de abertura das instalações será 5 de abril.
PROGRAMAÇÃO

ocupação
Ocupaixão Baixa Costura
Criação de um ateliê que lembra os barracões de escolas de samba destinados à confecções dos mais variados acessórios de moda: chapéus, colares, adereços, bolsas, pulseiras, cintos, customização de roupas, máscaras, acessórios para cabeça etc. Todo o material produzido tem a finalidade de preparar as imagens de moda que os participantes e os integrantes do G>E usarão na  celebração final.
Criação: Grupo Maior Que Eu (G>E). Livre. Grátis
13/3 a 5/6. Domingos, às 12h

performances
Poeta escuta histórias referente a peças de roupas
Um poeta escuta histórias referentes a peças de roupa que os passantes tem alguma memória e cria poesias datilografadas em guardanapos na hora. Com Coletivo Ele Quer Um Nome. Hall de entrada. Livre. Grátis
12 a 19/3. Sábados, às 20h
Performers Recriam seus Corpos com Publicações de Moda
Um grupo de performers amparadas por dezenas de publicações referentes a moda recriam seu o corpo através do manuseio dessas revistas. Com Coletivo Ele Quer Um Nome. Hall de entrada. Livre. Grátis
26/3 a 24. Sábados, às 20h
curso
Moda-Arte – O Fantástico Imaginário em Arthur Bispo do Rosário
Com Fabiano Menna. A atividade destaca a importância deste artista sergipano na arte e na moda brasileira. Suas obras, que eram de vanguarda, mostraram que moda é arte, que ela é uma expressão individual e de identidade, que interage com o meio social e que relata o homem no seu momento histórico, no seu tempo e no seu espaço. Grátis
A partir de 60 anos.
10/3 a 19/4. Terças e quintas, das 14h às 17h
oficina
Ateliê Vivo: Faça Sua Bolsa
Introdução ao corte e costura. O objetivo é despertar o olhar para o fazer manual, refletir o processo de construção de uma bolsa-sacola e retomar a autonomia no processo do costurar. Os participantes se familiarizarão com materiais da costura, como os diferentes tecidos, agulhas, linhas etc. tendo o bairro como campo de inspiração. Com Danielle Yukari (formada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina, estilista e criadora do projeto KIIRO) e Gabriela Cherubini (formada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina, estilista, integrante do ateliê G>E e desenvolvedora de figurinos para teatro e cinema). Grátis
22/3 a 14/4. Terça e quinta, das 14h às 17h
instalações
A Dama do Mar
Conjunto de ações que apresentam a trajetória artística de Karlla Girotto. O fio condutor é uma adaptação da obra de Susan Sontag, que, por sua vez, adaptou uma peça de Henrik Ibsen, “A Dama do Mar”.  Ao longo do projeto serão produzidas materialidades que serão expostas, bem como performances e intervenções.
Criação: Karlla Girotto. Diversos espaços. Livre. Grátis
18/3 a 30/10. Terça a sexta, das 8h às 21h30. Sábados, das 10h às 21h30.
Domingos, das 10h às 18h30
Lista de Cenas
Serão disponibilizados aos visitantes todo o material de produção da artista Karlla Girotto, seja em processo de trabalho ou pesquisa (caderno de anotações, textos,  desenhos, fotos e vídeos). Criação: Karlla Girotto. 3º Andar. Livre. Grátis
18/3 a 30/10. Terça a sexta, das 8h às 21h30. Sábados, das 10h às 21h30.
Domingos, das 10h às 18h30
Linha no Tempo
Peças de roupas representativas de períodos históricos revestirão as paredes do espaço expositivo. Cada uma dessas roupas conta uma história. Nesta obra, a discussão é: como a vestimenta tem uma história, desde sua criação, até o momento de seu descarte ou doação. As peças ficarão expostas no tempo, na chuva e sol, e serão retiradas ao término do projeto. Criação: Casa Juisi – Simone Pokropp e Junior Guarnieri. Livre. Grátis
22/3 a 30/10. Terça a sexta, das 8h às 20h. Sábados, das 10h às 20h. Domingos, das 10h às 18h30
50% Off
304 diferentes tênis, apenas os pés esquerdos, feitos em cerâmica. Nesta exposição se discute a indústria da moda, o fazer manual e as falsificações, já que entre os calçados existem modelos que não são de cerâmica, mas de marcas famosas falsificadas. 50% Off não é promoção. É a metade que falta em uma grande vitrine de esculturas em cerâmica “direitas” ou “esquerdas”. Criação: Laerte Ramos. Livre. Grátis
29/3 a 30/10. Terça a sexta, das 8h às 20h. Sábados, das 10h às 20h. Domingos, das 10h às 18h30
Programação – início 5 de abril
Instalação A Fábrica do Dr. F
Neste espaço, Fause Haten apresentará A Feia Lulu, sua primeira criação na área da performance. Exibida na FAAP em 2013, a obra acompanha a trajetória do estilista francês Yves Saint Laurent, contada por um performer (Haten). Neste mesmo espaço serão criadas sua segunda performance, Lili Marlene, além das peças de sua próxima coleção, que serão feitas por um artesão. Com isto, Haten pretende relacionar a construção de uma performance cênica à  construção da roupa – e mostrar que o trabalho do artesão, tão desvalorizado, é, também, um trabalho artístico.
O estrangeiro está em pé no fundo do palco, de Karlla Girotto
Em uma área externa, roupas são suspensas por balões de gás. Uma estrutura de tule transparente é montada, permitindo que os vestidos se movimentem, mas sem exatamente voar e desaparecer. Esse desfile dura em média 12 dias – tempo estimado que demora para o gás hélio perder o efeito. Depois deste tempo os vestidos se deitam no chão.
Coleção, de Priscila Davanzo
A artista percorrerá o Ipiranga (arredores do Sesc Ipiranga) durante 1 ou 2 semanas em busca de objetos doados ou emprestados pelos moradores do bairro. Esses objetos serão acumulados, organizados e exibidos em coleção no Sesc. Ainda como parte da coleção, a artista gravará em áudio as conversas com as pessoas com as quais terá interação. No fim dos dias de coleção, a artista se sentará junto aos objetos e os prenderá no seu corpo, um a um, através de sutura. Esse acúmulo de objetos no seu corpo gera um misto entre a ideia de coleção e de decoração/design.
Programação – início junho
Grito mudo com a boca escancarada, de Karlla Girotto
Um casal é convidado para tricotar sua própria roupa. Para que isto aconteça, eles usam a linha um do outro, ou seja, para fazer uma das roupas, é necessário desmanchar o que o parceiro está construindo ao lado. Essa performance acontece ao vivo e gera um vídeo que ficará em exposição.
Programação – início julho
Resíduos têxteis, de Adriana Yazbek
A instalação aborda o tema da proteção e da intimidade. O vestir e o espaço atuam em camadas distintas, porém sobrepostas. É como se o espaço fosse uma ampliação da roupa, uma roupa maior, que ao invés de se moldar ao corpo, nos permite expandir (situar) o corpo. A instalação será construída a partir da reciclagem e reutilização de tecidos descartados. Estima-se que somente no Brás e Bom Retiro sejam descartadas 40 toneladas de resíduos têxteis por dia. Este refugo é o resto da indústria têxtil da moda. Resíduo daquilo que foi criado originalmente pra vestir e agora será usado para vestir não mais um corpo, mas sim um espaço, voltando a ser inserido no circuito.
#ForadaModa – Uma exposição em construção
A partir de 6 de março de 2016
Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga
Telefone para informações: (11) 3340-2000
Não temos estacionamento
Acesso para deficientes físicos

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