Centro Cultural Fiesp promove roda de conversa com Dani Sandrini e Netuno Borum Krekmun
No dia 12 de agosto, sábado, acontece uma Roda de Conversa com participação da fotógrafa e artista visual Dani Sandrini e do indígena Netuno Borum Krekmun, no Centro Cultural Fiesp, das 14h às 16h, com inscrições gratuitas. Os interessados devem confirmar participação pelo site do SESI – www.sesisp.org.ber/eventos.
Dani Sandrini é autora do projeto Terra Terreno Território, exposição fotográfica com temática indígena, em cartaz na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp. Netuno Borum Krekmun é liderança indígena do povo Borum, de Minas Gerais, também atua como palestrante e na área de cura por meio da pajelança, usando os conhecimentos da cultura indígena.
Após a Roda de Conversa, Dani Sandrini estará na espaço da exposição para atender as pessoas que desejarem saber mais sobre as obras de Terra Terreno Território.
O evento ocorre no mês em que é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas (8 de agosto), reiterando a necessidade do reconhecimento de seus direitos bem como a história e cultura dos povos que continuam existindo no presente.
Terra Terreno Território
A exposição Terra Terreno Território segue em cartaz no Centro Cultural Fiesp até o dia 12 de outubro, com visitação gratuita e conta acessibilidade – tátil, audioguia, 14 obras com audiodescrição e nove obras táteis. A mostra é composta por 57 obras de temática indígena, na qual Dani Sandrini utiliza duas técnicas de impressão fotográfica do século XIX para propor uma reflexão sobre como é ser indígena em grandes cidades, no século XXI.
As imagens foram captadas, em 2019, em aldeias indígenas da Grande São Paulo, onde predomina a etnia Guarani, e também no contexto urbano que abriga aproximadamente 53 etnias (pessoas oriundas de várias regiões do país, ora posando para um retrato ora em suas rotinas, suas atividades, seus eventos, rituais ou celebrações). Terra Terreno Território apresenta dois agrupamentos fotográficos. No primeiro a impressão é feita em papéis sensibilizados com o pigmento extraído do fruto jenipapo (o mesmo que indígenas usam nas pinturas corporais). E no segundo, diretamente em folhas de plantas como taioba, helicônia, cará-moela e outras. Os processos – chamados de antotipia e fitotipia, respectivamente – se dão artesanalmente, através da ação da luz solar, em tempos que vão de três dias a cinco semanas de exposição.
As obras de Dani Sandrini trazem uma temporalidade inversa à prática fotográfica vigente, da rapidez do click e da imagem virtual. “O tempo de exposição longo convida à desaceleração para observar o entorno com outro tempo e sob outra perspectiva. Como a natureza, onde tudo se transforma, esses processos produzem imagens vivas, uma referência a permanente transformação da cultura indígena, que não ficou congelada 520 anos atrás”, reflete a artista.
A delicadeza do processo orgânico traz também uma consequente fragilidade para as fotografias com a passagem do tempo. “A incidência de luz natural diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”, explica a artista. A concepção de Sandrini considera esta possibilidade como um paralelo ao apagamento histórico que a cultura indígena vem sofrendo em nosso país. Ela diz que “a proposta favorece também a discussão acerca da fotografia com seu caráter de memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as fotografias geram outros significados”, reflete Dani Sandrini.
Dani Sandrini – Fotógrafa e artista visual paulistana, Dani Sandrini desenvolve projetos documentais e artísticos, desde 2014, sendo fotógrafa comercial, desde 1998. A depender do projeto e suas singularidades, sua fotografia é colocada nas telas ou papéis, mas pode conter outros elementos que adicionam significados à imagem final, bem como camadas extras de subjetividade. Pesquisa o entrelaçamento de materiais e suportes com a imagem fotográfica e a ação do tempo sobre a mesma. Experiente em processos fotográficos alternativos, desenvolve projetos usando impressão por transferência, fotografia estenopeica, cianotipia, antotipia e fitotipia.
Serviço
Exposição: Terra Terreno Território
Artista: Dani Sandrini
Temporada: 24 de maio a 15 de outubro/2023 – Terça a domingo, das 10h às 20h
Visitação gratuita. Local: Galeria de Fotos. Classificação: Livre.
Acessibilidade: piso tátil, audioguia, 9 obras táteis e 14 obras com audiodescrição.
Roda de conversa: 12 de agosto – Sábado, das 14h às 16h
Com: Dani Sandrini e Netuno Borum Krekmun
Inscrições gratuitas: a partir de 7/8 pelo www.sesisp.org.ber/eventos.
Classificação: Livre. Duração: 2h. Acessibilidade PCD: Sim.
Centro Cultural Fiesp
Avenida Paulista, 1313 – São Paulo/SP.
Em frente à estação Trianon-MASP do Metrô.