Um pouco de histórico do complexo Heliópolis e São João Clímaco
Está situada próxima a importantes vias de comunicação: Via Anchieta, que liga São Paulo ao porto de Santos; Avenida Almirante Delamare, que liga São Paulo ao Município de São Caetano do Sul; Avenida Juntas Provisórias, rota que são vias de comunicação inter-bairros do Ipiranga com centro de São Paulo.
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A área do Complexo ocupa cerca de 1.000.000 m’. Para facilitar a localização dos moradores e o próprio processo de organização popular, identificam-se, hoje, na área cerca de 1.000.000m2. Em 1978 novo alojamento provisório foi implantado, desta vez para 60 famílias removidas da favela Vergueiro. Paralelamente, teve início nesta região a ação de grileiros que, além de ocupar parte da área, procederam a intensa venda de 4.774 casas, sendo 51% de madeira e 49% de alvenaria precária. O índice médio apontava 4,6 pessoas por domicílio, mas 21% das famílias eram compostas de 6 a 10 pessoas.
A área foi adquirida em 1947 pelo IAPI para a construção de casas a seus associados. Sua localização próxima a polos de concentração industrial, aliada à ausência de uma política econômica e social voltada à população de baixa renda, foram responsáveis pela rápidas expansão da favela.
No final da década de 70, com o agravamento da crise econômica nacional, as grandes cidades brasileiras tiveram enorme crescimento de população vivendo em habitações precárias, e em Heliópolis esse fenômeno foi igualmente registrado.
O Poder Público acabou cedendo às pressões do Movimento Popular e, em 1980, implantou programas para instalação de redes de água, esgoto e energia elétrica.
Em 1983, o IAPAS repassou a terra para o BNH, que a vendeu em 87 à COHAB-SP. Nesse período, vários programas de urbanização foram feitos, mas pouca coisa concretizada.
O movimento popular local, nessa ocasião, criou a UNAS nessa ocasião, criou a UNAS (União dos Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis/São João Clímaco), uma espécie de confederação que unia todas as associações de t moradores dos vários núcleos ali existentes, e passou a ter atuação mais ampla nos movi- a mentos sociais da cidade.
O programa urbanização de favelas foi uma das prioridades desta Administração, tendo como objetivo promover a regularização jurídica e física. Toda a ação desenvolvida teve como diretriz a integração do trabalho físico, jurídico e social, envolvendo de modo coletivo a população moradora na favela através da organização popular. Portanto, a participação da população foi um elemento fundamental durante todo o processo que englobou planejamento, execução e avaliação pós-uso das intervenções, passando pela própria execução das obras. Neste incluíram-se os mutirões para construção de casas, para colocação de redes de água e esgoto e para pavimentação de ruas, além de grande soma de investimentos em obras feitas por empreiteiras contratadas pela Prefeitura. Os mutirões representaram importante avanço na gestão compartilhada dos recursos públicos entre a Administração e o movimento popular organizado.
Fonte: PMSO / Sehab material de 1992