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O adeus ao “pai do parque”, Valdir Abdallah


Na posição de presidente do Movimento Cívico em Defesa do Parque e Monumento à Independência, Valdir foi um defensor do Monumento do Ipiranga e do evento cívico da bandeira nacional que ocorre naquele espaço.

Foto Gilberto da Silva

Faleceu em 21 de janeiro de 2024 o ipiranguista Valdir Addallah conhecido pelas lutas e pela defesa do Parque da Independência e da área de 25 mil metros quadrados, que se tornou anexo ao Parque da Independência, e agora, após anos de luta, é uma grande área de lazer.

O advogado e eterno vigilante do bairro do Ipiranga, Valdir Abdallah, desde o início da década de 90, se posicionou contra a construção de várias torres de apartamentos de alto padrão no local e sua luta persistente tornou-se uma realidade. Que o novo anexo seja denominado Espaço Valdir Abdallah!

Valdir foi diretor da Associação Comercial – distrital Ipiranga e ex-presidente do conselho diretor da UMESP, Valdir Abdallah, sendo um dos fundadores da Metodista.

Valdir Abdallah em seu “habitat” natural o Monumento do Ipiranga, Foto Gilberto da Silva

Abaixo um memorial feito pela subprefeitura do Ipiranga com o Abdallah

Saudade… meu bairro

Valdir Abdallah

13:56 29/01/2020 

Quase octogenário Valdir Abdallah testemunhou o crescimento do Ipiranga. Nele viveu, junto de seus três irmãos, na Vila Conde do Pinhal. Filhos de pai operário e mãe costureira, netos de libaneses, ricos de nada, como ele gosta de dizer. Valdir relembrou o Ipiranga dos anos 1950.

“Morávamos na rua Alencar Araripe e o Brasil mudou muito desde então. Naquela época os vizinhos procuravam o sr. Abdallah, meu pai, quando precisavam de uma ferramenta. Todos se conheciam e nós, crianças, vivíamos de pé no chão, andando até o Parque do Estado, pelas trilhas que existiam, pois não haviam ruas demarcadas para chegar até lá”.

Comovido ao descrever a simplicidade de sua juventude, o ex-diretor da Distrital Ipiranga da Associação Comercial de São Paulo e corredor assíduo da São Silvestre buscou na memória os momentos de lazer que tinha com a família durante sua juventude.

“Era fantástico quando papai e mamãe nos traziam ao Museu. Além do próprio Museu, nos divertíamos no avião Jahu, que por alguns anos ficou parado no mesmo terreno e que hoje muita gente não tem ideia da existência. Nossa região era muito diferente, de São João Clímaco até quase a Figueira das Lágrimas, tudo o que existia eram campos de futebol , era nossa fazenda fantástica. Quantos passaram por ali e nunca nem souberam disso?”.

O tempo passou, Valdir tornou-se, assim como seu pai fora um dia, o sr. Abdallah. Seu endereço mudou, o corpo não permite mais as aventuras de maratonista e não existe nenhum avião no Parque da Independência, mas Valdir mantém lembranças muito vivas de seu passado, guardando assim a história da nossa região. 

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